Trem Intercidades será alterado para viabilizar início das obras

Estudo de viabilidade do Trem Intercidades está em fase final de atualização e sofrerá mudanças para redução de custos; ideia é repassar à empresa vencedora da licitação a exploração de uma linha da CPTM em São Paulo
 

O estudo de viabilidade do Trem Intercidades, projeto para interligar o Vale do Paraíba às principais regiões metropolitanas de São Paulo, está em fase final de atualização e sofrerá mudanças para redução de custos.

O projeto será viabilizado por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada) de US$ 5,4 bilhões (R$ 17 bilhões). O Estado precisa entrar com US$ 1,8 bilhão (R$ 5,7 bilhões), dinheiro que hoje não existe nos cofres públicos.

Para resolver esse impasse, a EDLP (Estação da Luz Participações), responsável pelo estudo de viabilidade, entrega neste segundo semestre uma atualização do projeto original, concluído há cinco anos.

A ideia é propor que a empresa vencedora da licitação para o Trem Intercidades também explore uma das linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Dessa maneira, o Estado não precisaria dar R$ 5,7 bilhões.

Os detalhes da atualização do projeto foram apresentados em seminário sobre o tema na última sexta-feira, em Limeira. “Uma das hipóteses estudadas para reduzir o aporte [do Estado] é colocar o serviço prestado pela CPTM junto com o Trem Intercidades, que passaria a ter dois níveis de serviço: o transporte metropolitano, com diversas paradas e tarifa da CPTM, e o serviço intercidades, que é um trem expresso, com outro nível de serviço, menos paradas”, disse o diretor comercial da EDLP, Roberto Meira.

“Isso vai permitir uma redução no investimento. Em vez de fazer seis vias, como estávamos prevendo [duas já existem], a gente vai juntar CPTM e Trem Intercidades, possibilitando ter menos investimento em via permanente. Hoje, com tecnologia, você consegue operar diversos trens em poucas vias, com os pátios de cruzamento”, completou.

O projeto ferroviário vai interligar as regiões metropolitanas de Campinas, São Paulo, Vale do Paraíba, Sorocaba e Baixada Santista. Campinas foi escolhida para iniciar o projeto por ter maior demanda: 68.384 passageiros ao dia.

A RMVale vem em seguida, com 48.392 usuários ao dia. Baixada Santista (32.564) e Sorocaba (20.440) aparecem na sequência. O trecho do Vale, no entanto, será o último a ser concluído.

PRAZOS/ A implantação do trem foi anunciada pelo Estado em novembro de 2012. Cinco anos depois, o projeto ainda está emperrado. A entrega deveria ocorrer em 2016. Em maio deste ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) viajou aos Estados Unidos para tentar vender o projeto a investidores.

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