Campinas reúne aficionados por ferreomodelismo

Cidade possui até uma entidade dedicada a este hobby, a Amfec



O ferreomodelismo é um dos hobbies mais antigos do mundo, e sua origem remonta ao período em que o transporte ferroviário foi adotado massivamente. As primeiras miniaturas de trens foram fabricadas por volta de 1830, por artesãos alemães. De lá para cá, muita coisa mudou, principalmente no Brasil, onde o transporte de passageiros pelas ferrovias deixou de acontecer, com exceção dos passeios turísticos. Mesmo assim, a paixão de algumas pessoas por este hobby se intensificou. 

Em Campinas, por exemplo, alguns ferreomodelistas possuem verdadeiros patrimônios em casa, e até hoje os trens despertam curiosidade e saudosismo nas pessoas. A cidade possui até uma entidade dedicada a este hobby, a Amfec (Associação de Modelismo Ferroviário de Campinas). 

O advogado Leandro Nagliate Batista, 38 anos, tem este hobby desde criança, mas, na época, não tinha condições financeiras para manter uma coleção. "Depois que conheci os produtos da Frateschi, passei a me interessar mais pelo ferreomodelismo e hoje possuo 10 locomotivas e 24 vagões. Em breve pretendo construir uma maquete para colocar os trens para rodar", diz Batista, que não herdou a paixão pelo hobby, mas pretende passá-la aos filhos. 

A Frateschi, empresa situada em Ribeirão Preto, é a única fabricante da América Latina de trens elétricos em miniaturas e réplicas de composições reais. Já o médico-cirurgião vascular Fábio Hüsemann Menezes, 55 anos, começou a se interessar pelos trens em 1969, quando fez uma viagem à França com os pais e ganhou um kit de ferreomodelismo. 

"Há quase 50 anos mantenho essa paixão pelos modelos de trens e possuo 32 locomotivas e 78 vagões de cargas e passageiros. Tenho um armário-display em casa onde deixo exposta boa parte do meu material ferroviário. Digitalizei praticamente todas as minhas locomotivas, com exceção das muito antigas e daquelas que têm o motor como parte do chassi e não permitem o isolamento da alimentação dos trilhos", explica. 

Durante sua adolescência, ele montou uma maquete que foi desmontada e guardada até o final de 2017, quando começou a construir uma nova maquete. 

"Meu pai nunca teve um trem elétrico, mas foi um grande incentivador do meu hobby durante minha infância e adolescência. Como tenho somente filhas, e agora elas estão casadas, estou voltando à ativa e consegui um espaço para construir uma maquete. Fico na torcida para que venham netos, pois, com certeza, serão grandes admiradores de ferrovias", afirma. 

O engenheiro Arthur Oliveira, 59 anos, iniciou-se neste hobby aos 10 anos de idade, quando ganhou um conjunto de trens. De lá para cá sua coleção aumentou e reúne 15 locomotivas e 30 vagões, que rodam em duas maquetes. 

"Os trens sempre fizeram parte da minha vida, pois meu pai e tio trabalharam em ferrovias. Procuro mexer com este hobby diariamente, pois faço acessórios eletrônicos para ferreomodelismo e estou sempre desenvolvendo novos circuitos, comprando trens e modificando minhas maquetes", conta Oliveira. 

Enquanto algumas pessoas têm vasta experiência em ferreomodelismo, outras estão iniciando-se neste hobby. É o caso de Marco Antonio Zaguini, que possui um conjunto de trens elétricos e pretende expandir sua coleção. "Quero me dedicar a este hobby com mais afinco a partir de abril, quando terei um espaço maior em meu apartamento para a construção de uma maquete", conclui. 

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